Sermões Silenciosos
Um lugar de criação e reflexão.
domingo, 1 de junho de 2025
O que parece melhor
quinta-feira, 29 de maio de 2025
Sem Guarda
quarta-feira, 30 de abril de 2025
É preciso amar a sabedoria
quinta-feira, 27 de março de 2025
Sobre os tropeções e atropelos
sábado, 22 de março de 2025
Texto crítico
domingo, 9 de março de 2025
A Catedral Inacabada
Céu e Inferno
Ensinar a refletir sem refletir
Porque não somos as marionetas de deus
Nem é difícil
A LEI DO 'FURÃO'
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Van Gogh |
E se de repente...
SOBRE O LIVRE ARBÍTRIO
É estranho
O Antropocentrismo será um fatalismo?
Os cépticos têm alguma razão para se pronunciar ?
moldes, funcionais, à realidade. Ninguém sabe o que é zero, ou um número imaginário ou, até mesmo, um triângulo equilátero. E, no entanto, não saberíamos descrever ou prever, a realidade, com tanta exactidão, sem esses instrumentos. É estranho, muito estranho. Por outro lado, dizem-nos, alguns neurocientistas, que o cérebro é que cria a ilusão da realidade. A questão é então, esta: Se o cérebro é que cria a ilusão da realidade, também, é ele que cria os métodos e instrumentos de medição que permitem manipular e prever com relativa precisão essa mesma ilusão sem que, com tal, surjam acidentes e eventos caóticos causados pela inaptidão humana. Estranho, novamente. Para mim, este argumento, basta, para derrotar o determinismo neurociêntífico. Se captamos tão mal a realidade como podemos tanto sobre ela ? De que equívoco falamos ? Dirá o ceptico, conhecemos a ilusão não a verdade. Pois... Como é que sabemos melhor o que é uma ilusão e menos o que é uma verdade acerca da realidade, dita, fantasiada ? É possível pensar que nada se conhece, sem se pensar ou sem se crer no que se pensa ? Pois é... Quem sabe ? O céptico ?
Ser Jovem, Todo o Terreno.
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025
A próxima fé!
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025
Pensar bem ou mal e não pensar
quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Bem, não é bem assim...
segunda-feira, 28 de outubro de 2024
Um Cro-magnon Informado
sábado, 12 de outubro de 2024
A CAVERNA É A BOLHA
sábado, 31 de agosto de 2024
O Grau Zero
sexta-feira, 23 de agosto de 2024
Em favor do silêncio
O motor imóvel. O que move e não é movido, excepto que é movido a mover, não é verdade ? Mas, se não é movido a mover porque move ? Tem de agir para mover. Será deus um paradoxo ? Pode um paradoxo constituir uma prova argumentativa ? Não. Pode resultar de uma demonstração argumentativa ? Sim!
Ora, o que move e não é movido é causa primeira de tudo que se move. Se é causa provoca um efeito. Todas as causas provocam um efeito e este efeito é causa de outros efeitos ad infinitum. Mas, se assim sucede, uma causa tem de ter outra causa que lhe antecede, ou seja, uma origem. Nesse caso não haverá causa primeira e existirão também causas originárias e não originais, ditas "primeiras", antecedentes, também ad infinitum. Ora, isto não parece razoável.
A necessidade versus a contingência ou os acidentes. A ideia de um substare ou substrato advém de Aristóteles. Há coisas ou qualidades permanentes e outras impermanentes, contingentes ou acidentais. Segundo o filósofo o permanente seria o palco que susteria os acidentes e, sem os quais, estes últimos não se dariam. Estilo, a estabilidade é o garante da impermanência. Vejamos... Um objeto diz-me sem cor porque a quantidade de luz absorvida e reflectida varia e os órgãos dos sentidos que a captam interpretam de modos diferentes. Primeiro, o objecto varia no tempo tal e qual como a luz e a fonte da luz que é outro objeto. Portanto, qual é o permanente aqui ? A mudança, como diria Heráclito. Ora, será possível que, no meio de tantas mudanças, não possa haver um ou mais momentuuns em que, quer o corpo iluminado, a fonte que ilumina e o corpo que percepciona se repitam ao coincidir ? Será impossível que tal aconteça, estilo, uma capicua, 222, 333, etc ? Ou seja o corpo está num momento de repetição, o ângulo e a frequência da luz também num momento de repetição e a fonte o mesmo ? Um alinhamento triplo repetido. Possível é. Aliás, para quem acredita na "substância" no "substare" não é difícil pois, é nisso mesmo que acredita. Porém, aqui, o mundo está invertido. Os acidentes é que permanecem e as condições de repetição é que constituem o acidental, o raro, o fortuito. Ou seja, a substância é impermanência e os acidentes é que permanecem. Não é isto, contraditório em si ? Pois, parece-me que sim e, no mínimo paradoxal. Não podem ambos os argumentos serem verdadeiros.
E, poderíamos seguir por aí fora na desmontagem dos argumentos de Aquino.
Em resumo, crê quem quer crer e, muito provavelmente, constitui um exercício espúrio tentar provar a existência do não existente.
O que é o desconhecido? É vasto e ninguém sabe. O que é a morte ? Ela existe e ninguém sabe! Quem será ou serão deus ou os deuses ? Ninguém sabe! Haveremos de os inventar como às sereias e aos unicórnios. Do que podemos falar e conhecer ? Do que acontece e da vida.
sexta-feira, 16 de agosto de 2024
Máxima
Tardiamente
Chega uma hora em que apenas esperamos que os acontecimentos da natureza evoluam a nosso favor, tudo apenas, porque há muito tempo nos divorciámos dela e, como seres conscientes, tememos as consequências dessa nossa atitude precipitada.O controlo é ilusório, a consciência é mínima, a necessidade imperativa, a construção provisória, a vontade esperançosa e o conhecimento fragmentário, de modo que, só nos resta a humildade e o espanto, mais do que o prazer e a dor, a alegria ou a tristeza no meio de tanto encanto e desencanto.Se as coisas são como são, afetam-nos de um modo em que elas não são, mas sim no algo em que se tornam pela nossa compreensão. Podemos saber coincidir assim como mostrar diferença por comparação, nuns casos atendo-nos noutros excedendo-nos, sem que nunca esse vínculo seja definitivo. Declarar seria se, de tudo o que é dito surgisse maior claridade, tal como, diferenciar o "juntar" do "somar", não se limitando a discorrer sobre o óbvio.Quantas e quais células transportam um pensamento ? Quantas e quais formam um conceito ? Não há pensamentos sem células, sem moléculas, sem átomos, sem partículas, sem energia, sem Universo e, muito menos (como pescadinha com rabo na boca) sem pensamento. Poetizando, pensar é quase como um produto de fabrico químico, incontrolável na sua génese, para qualquer humano. O livre arbítrio será como uma corrente químico-eléctrica emergente entre múltiplas correntes que lhes confere uma orientação ou ordem cuja origem pode até ser um núcleo ilusório chamado sujeito, como se as marginais correntes das marés é que lhe delineassem os contornos mais ainda do que as areias de uma praia. Uma espécie de princípio de impulsão de Arquimedes mas no eixo horizontal (para compreensão) e em múltiplos eixos, na concretude. Tudo isto, já estava inscrito no Tao. Fazer do Tao uma religião é perder-lhe completamente o sentido. A insuficiência das línguas e o seu cada vez maior atrofiamento não permitem diferenciar o sagrado do sacralizado. O Sagrado, não é Deus. O sacralizado é! Sacralizado é como a cristalização de um mineral. É o advento das ideologias que, por serem prolíficas e daninhas, ocupam todo um vasto espectro do espaço-tempo, parecendo ser, ou prometendo ser, a revelação ou a salvação. Sagrado é, outra coisa. Não envolve nenhum ser parasitário â mistura, nem é evidente como revelação e muito menos salvação. O Sagrado não se revela, respeita-se pelo entendimento. Não se venera, simplesmente, não se profana. Não nos salva, apenas nos desperta aonde estamos a cada instante.É preciso ter olhos para ver para além das imagens e do imaginário. Nada é sobrehumano ou inatural. O Universo é natural. O homem que ama e que mata é natureza. Há que aprender a pensar entre as palavras e escapar ao eflúvio de falsas erudições murmurantes e ruidosas. Não acredites no Sagrado, encontra-o!
quinta-feira, 15 de agosto de 2024
Reflexões
Os meus botins, que trago calçados, fazem-me lembrar os teus sapatos de atacadores azuis, que foram os teus últimos. Pensava há pouco, ao avistar um pequeno ser de guarda-chuva, graciosamente caminhando, nas saudades que sinto. Estou aqui, ainda, rodeado da prateada beleza do Mar, vista sublime do Oceano. Tantas horas solitárias, tantos sonhos frustrados, tantas esperanças, tantas horas sem sentir o prazer de compartilhar. Só caminhei, só caí, só me ergui mas, só, nunca foi a minha natureza. Mar, ventos, sol, nuvens, tempestades... Fui salvo pela agrura dos elementos que sempre me despertaram ou tornaram sonâmbulo caminhante por entre os vivos.
Mudança de Paradigma
Sem livre arbítrio não há ciência
Deixo-vos
Método
Trilogia
quarta-feira, 14 de agosto de 2024
Potássio na água
O mais valioso perante a morte é
Viver e estar em paz
Pois, depois de mortos, tanto faz.
Porquê a paz se a morte é descanso eterno?
A paz como equilíbrio,
Adaptação, sem excesso.
Não eternidade,
Não prolongamento,
Insustentável, indevido.
Não uma sonolência absurda
Mas, simples prudência,
Evitando o inferno,
E buscando o céu,
Na Terra dos homens.
Ainda que, esse céu, seja só por nós habitado e que, raramente,
Ou mesmo nunca, chegue a ser partilhado.
Há muito mais do que nós, em nós,
E cada jardim possui a sua geometria.
Alguns jardineiros tratam bem do seu quintal
Outros, apenas sonham com o quintal alheio
Ainda outros ou são tolos ou desleixados
Mas todos os jardins têm flores
Mesmo aqueles em que as sementes não estão visíveis à superfície.
Todos os nossos jardins morrem de forma diferente, só muda o modo...
O nosso ego aflito dilui-se como potássio na superfície ondulada da água
E, depois, mais nada.
Fadigas e canseiras,
Alegrias e brincadeiras
Jardins e jardineiros
Num ápice, tudo finda
E seremos nada.
segunda-feira, 5 de agosto de 2024
Quando der por mim...
segunda-feira, 15 de julho de 2024
A intimidade
sexta-feira, 12 de julho de 2024
Falta-lhes um dedo!
quinta-feira, 27 de junho de 2024
Considerar os intervalos
Viver
A vida é o acto mais solitário que existe.
Um soldado caído, exclama, alvejaste-me, não pares, mata-me!
A vida é o próprio existir solitário em acto, acrescenta quem alvejou, é por isso que não te mato.
Prazer e sofrer são os únicos sentires do que é estar-se vivo.
A dor acorda e desperta para a maldita hora que se consome para a meta.
O gôzo emola e ruma ao consolo da bastança, efémera celebração asceta.
Talvez, um frequente oscilar temporário seja o único estado do ser-se vivo.
Mas, de que tudo isto interessa, após ter-se morrido ?
Interrogar é o coração de todo este ruído, imersão total nos sons que nos transportam ao destino.
Valeu a pena ter vivido ? À pena valeu, também, ela, termos fingido!
Não sei se reconheço
Inocência Perdida
A chuva cai
Há caminho
Sem um quê do quê
Não tolero, tolerar. E daí ? Respeito é necessário. Respeito, parece implicar um conhecimento daquilo ou de quem se respeita ou se dá ao respeito. Tolerar, parece ser, simplesmente, assentir em algo de que não se tem conhecimento suficiente. De qualquer modo, cabe questionar, se alguma vez teremos conhecimento suficiente ? Sem nos radicarmos na ignorância, diremos que, tolerar é vaidade. Não se tolera, aceita-se ou não. Tolerar, parece até, sugerir uma qualquer forma de aceitação contrariada, a custo, com dificuldade, sem vontade ou disposição favoráveis, mas, no entanto, aceitar, cheio de reservas mentais. A realidade não é a preto e branco. Tolerar o intolerável ? Não! Alinhar com carrascos ou vítimas, sem conhecer os contornos da sua legitimidade, parece obtuso, abstruso. Conviver, coexistir, cohabitar, sem perder a face, ou será antes o ego ? Eco e reflexo, identitários. Ser idêntico, compacto, inquebrável...Assim, se celebra o vácuo! Um infinito labirinto sem forma. A poesia é que nos doma, a poesia é que nos transforma.
A narrativa é o narrador
Não se amam os mortos mas, sim, simulacros, fantasmas, conceptos que entram em loop, voltados sobre si próprios, moldados pelo vazio, essa espécie de buraco negro que leva a uma dobragem circular. Amar é sentimento, apenas, dos vivos. Para aquele que sabe que a razão não é tudo, não conhece tudo, não domina tudo e, ainda assim, permanece-lhe fiel, nada há, para além dela, apesar da sua exíguidade. Outros, haverão, para quem há muito mais do que a razão. Foi a esperança que esgravatou o ouro. Mas haverá algum tesouro escondido na morte, para além de um mero conto de fadas ? Por tanto se luta, na vida, para obter e manter e, afinal, nada se leva para a morte. A amputação moral dos que partem faz parte da vida. Os mortos foram inteirinhos ou às partes para o outro mundo, aquele do ponto final. Crer ou não crer nunca será a questão. Cada qual escolhe o percurso da sua alienação. Ninguém tem amor, fé ou razão, mas, enquanto vivos, experimentamos algo e construimos histórias sobre isso. A narrativa somos nós, desde o prelúdio até ao terminus.Nem os loucos perdem a sua identidade única. Todos vivemos a nossa própria biografia. Dir-se-ia, que a habitamos e forjamos linguagems para a expressar. Em suma, seja crença ou razão ou, ainda, até, ambas, haverá sempre um relato, um linguarejar sobre os actos, sejam eles cônscios ou não. Cada instante é toldado pelo que chamamos consciente e inconsciente em viagem pelo mundo. O mundo é uma miragem do discurso e, ao mesmo tempo, uma passagem para o fim do mundo.
O Amor diz-se vivo!
Às vezes
O amor não se vê
Não se sente
Não está próximo
Nem presente
Mas, está vivo, simplesmente,
Recolhido,
Consistente,
Disponível,
Existente,
Em espera
Para se manifestar
Se consumir
De se realizar
Junto, perto, livre
Chegando
Não estando
Estando
Aguardando
Proliferando
Distante, escondido
Sem qualquer aparato
Qualquer exibicionismo
Simples
Comedido
Discreto
Honrado
Doado!
A Análise, o que é? Um detalhe. Seguido da capacidade de falsificar!
Analisar, não é compreender. A compreensão engloba muitas possíveis análises e, é um processo dinâmico em transformação, tal como as análises mas, distinta delas. A compreensão muda com as análises e outros fatores. Às anàlises que se mantêm juntam-se outras novas ou regeneradas, que alteram toda a compreensão ao alterarem significativamente toda a disposição (de dispositivo ou modo) mental. Temos análises, restritas, difusas, abrangentes, exaustivas, figurativas, instantâneas, comparativas,etc. Todas elas, são detalhes, por muito que detalhadas. Como se diz reestrita ? Análise de 3 ou 4 fatores, como exemplo. É curto, precário, demasiado compacto, ínfimo, acrescentaria. Análise difusa, pode ser extensa ou intensa mas, desordenada no seu constructo ou na incoerência dos seus resultados que, podendo ser verdadeiros, apresentarão um aspecto inconclusivo por não se interrelacionarem ou articularem coerentemente entre si. Análise abrangente ? Qual é a amostra à partida ? Já se conhece a cardinalidade do tópico a estudar ? É um, o tópico mas, podem ser múltiplas as abordagens. Abrangente, pretende ser geral, maioritário, quase completo, quase exaustivo. Quais são então as capacidades empregues e as limitações ? Qual o critério que define o máximo e o mínimo de factores de análise ? O que indica a exaustão ? Exauriram-se todas as possibilidades, perspectivas, vertentes ou, exauriu-se ou exauriram-se a ou as capacidade(s) do(s) analista(s) ? Em todos os casos, qualquer análise, não passa de um detalhe! Toda a relevância depende da importância desse detalhe, numa compreensão mais vasta de todos os detalhes. Análise comparativa ? A pertinência ou congruência e até mesmo, a incongruência,do que se vai comparar é fundamental. Existem, mais uma vez múltiplas possibilidades. Comparando, quer pela positiva como pela negativa, nunca há lugar a um esgotamento das relações possíveis ou impossíveis de estabelecer. Lembrei, a análise combinatória, que em matemática está demonstrada mas, que, na sua aplicação prática, compromete toda a completude de uma análise da realidade. Podem haver combinações ocultas ou desconhecidas ? Sim. Podemos nem sequer estar a referir-nos às disposições, não enunciáveis mas, a disposições completamente desconhecidas. Óbvio, a suspeita de tais disposições não as torna automaticamente verdadeiras ou sequer existentes, apesar de, equacionáveis. Análises instantâneas ou se prendem com o instante ou, com a superficialidade da análise (se é que é atribuível, alguma superfície a uma análise que não seja geométrica?). Instantânea é fracionária, logarítmica. Em suma, analisar é um instrumento altamente complexo, uma ferramenta com múltiplos algoritmos que, só por si não determinam a dimensão do objecto-problema, a sua disposição, a adequação da conclusão mas, tornam parametrizável a ação e o esforço conduzido, praticado, executado para extraír informacão pertinente à compreensão humana dedicada ao entendimento de um circunstancial ou determinado objecto. Mais, lembrei, da análise argumentativa. Argumentos e contra argumentos, disputa e conclusão. Sic et non. Todos sabemos o que é um argumento, uma tese e as premissas, as outras teses que sustentam a tese conclusão. Há argumentos válidos, fortes, sólidos, cogentes. Não irei explicar. A razão, capacidade inteligente humana conhece-os. Cria-se uma teia deles, encadeada, coerente. Pretende-se dar uma explicação com base numa demonstrationem argumenti. O auto explicável e o auto compreensível são assim tão evidentes ?O que pode constituir de facto e de juris uma análise ?
sábado, 18 de maio de 2024
O MAR
Pois, sem maré não há vida
Não há ir ou voltar
Não há dor nem ferida
Nem histórias para contar.
A alma entretida,
Perdida, embriagada
Sentindo o indefinido
Com rosto estarrecido
Ama
Vive
Realiza
Morre
Permite-se seguir o rumo
Escutar as ondas do fundo
Arribar às fronteiras do mundo
Entre névoas e fumo
Num uníssono prumo
Em harmonia universal.
Deus não é bem nem mal
Apenas silêncio radical
Evidente e ausente
Presente e oculto
Num amplexo paradoxal.
Cheira a Mar.
Cheira aos filhos da Terra
A uma gesta rudimentar
Sedimento de homens
Apóstrofes de deus.
Andróginas criaturas,
Que nem são Afrodite nem Zeus!
Não há vida sem Lar
Nem vida sem Mar
Não há sopro sem Ar
Nem vida, sem respirar.
segunda-feira, 29 de abril de 2024
Mil anos sem mestria
Há mil anos disse, a ordem é aleatória. Parece uma contradição nos termos mas, temos de ser capazes de nos desvincularmos das nossas crenças. Na verdade, encontraremos ordem em tudo porque, a busca de sentido, a tal nos condiciona. Ter sentido, significa, controlar a lógica, conhecê-la. Se algo não a tiver, cria-se uma, adequada. Funciona, também assim, a ciência. A forja da ordem não pára. Mas, serão ordens sobrepostas, correlacionadas e correlativas ou outras ? Cabe na cabeça de alguém haver uma só lógica ? Admissível não significa a certidão de óbito da falsidade ou a transformação criativa da ordem do imaginário, que permite inventar novos mundos e acrescentá-los ao mundo que, nem em tudo, parece ser tangível na realidade. Deus quer, o homem sonha e ninguém pensa. Eis o que de certo o Poeta diz, não dizendo, apenas referindo, que a obra nasce. Pois é. Não pensa. Nada pensa. Só havendo ordem haverá sentido. E se não houver ordem, continuará havendo sentido ? A Natureza mata. Quem crê num super ser que os acode, desengane-se! Essa é a ordem que se sobrepõe à realidade mas, que, na verdade, se eclipsa de fundamento. Um furacão mata, quer um crente, um descrente, um velho, um bebé, uma mulher, um burro, seja quem for...Foi a mão sábia de deus! Será, essa a ordem ? Ou simplesmente queremos que essa seja a ordem das coisas para justificar a nossa dor e as nossas perdas e, conferir-lhes sentido ? Para mim, a ordem está no que acontece. Tenhamos nós interferência ou não, controlo ou não, haja sentido ou sentido nenhum. Não há uma ordem para além da ordem das coisas, do mundo, mesmo que tal, nos parece obscuro, incompreensível, desconhecido, vazio de sentido. Felizmente, que não vivemos em plenitude e que, a ressurreição é um sonho humano, senão, nunca acordaríamos e, acordar, despertar não significa uma manhã de bonomia. Haja o que houver...Tempestade, dor, tristeza, guerra, melancolia ou bonança, prazer, alegria, paz e sensaboria...
domingo, 21 de abril de 2024
Oratio de um ateu
quarta-feira, 6 de março de 2024
Em suspenso
domingo, 4 de fevereiro de 2024
A tecnologia não civiliza o homem!
Eu gosto
sábado, 3 de fevereiro de 2024
Entre-Rios
Ad lacrimam
Pediram-me para chorar
Derramei lágrimas de pó
Nada pude acrescentar
Toda a vida é ser-se só
A solidão, não é sofrimento
Mas, sim, chama ardente
Lembrança do existente
Vivido a sós, por dentro.
A vida é o que é
Movimento misterioso
Ninguém compreende o que é
Mesmo sendo curioso
Acordo com a esperança
Intervalo que não se alcança
Meta que é uma causa
Forma feliz de pausa